Eu queria acreditar em algo.
Qualquer coisa, coisinha.
O mais mísero dos átomos para adorar, a mais desconhecida das religiões para crer e seguir.
Eu sinto falta nos momentos mais vazios de pensar em algo que me faça preencher o ar, a vida, a solidão.
Sinto falta de poder fechar os olhos e saber que tem algo torcendo por mim para que tudo dê certo.
Um deus justo que possa tornar meus desejos realidades, desejos maiores, fora do egoísmo de todos os dias;
Desejos superiores beneficientes para outros que não meu ser.
Um deus que entendesse a minha existência como benefício para os outros, e não para mim mesma.
Eu queria acreditar em algo que transformasse a vida daqueles que eu amo de forma positiva.
E mudasse o destino daqueles que não podem ir, não devem ir.
Eu queria transformar este algo em real, para poder fazer a justiça que o mundo não tem e que a vida não conhece.
Porque eu estou cansada de não conhecer o bem.
Será que o mamão ainda atende chamados Chris? Ainda estou iludida com nossas brincadeiras de criança, nada mais do que carência de momentos extraordinários e milagres reais.