Eu preciso achar algo no que acreditar. Alguma estrela que brilhe em todas as escuridões e me guie, me direcione um caminho. Preciso encontrar o que seguir. Reencontrar uma razão, um amor que me faça ter vontade de viver, mais do que apenas existir em um contexto que nao me pertence, em um destino que não escolhi.
Como deverei seguir algo que já nasce morto? Pois as estrelas que brilham sob minha cabeça já estão mortas, são apenas vestígios de algo que viveu há bilhões de anos. Como poderei acreditar em algo que se brilha é porque não mais existe? E se não brilha é porque ainda não direciona? Como seguir algo que não sobrevive ao tempo?
Preciso de um amor como o que resiste em meu peito, resiste ao tempo e até hoje permanece pronto para desatinar a qualquer instante para um único indivíduo.
O que fazer quando não mais posso escolher meu destino? Será que acreditar nessa estrela que tanto brilha na direção de meu olhar tornará este sentimento em algo real? Talvez essa realidade só exista em sonhos. E sobre a estrela que não tanto brilha? Me dará a liberdade para escolher um destino diferente? Ou apenas me dará a chance de escolher um destino errado outra vez? E outra vez, e outra vez.
Por isso não acredito nessas estrelas. Elas não me convencem a querer viver agora, pois se agora existo, apenas daqui a bilhões de anos brilharei. Como prosseguir em tamanha mediocridade por sonhar com um futuro que não poderei presenciar? Todas essas estrelas que me rodeiam são hoje cúmplices de que eu escolhi não brilhar. Não me importa o brilho que eu teria. Preciso viver sem luzes, sem brilhos, sem direções. Preciso decidir meu caminho e vivê-lo, agora, quando posso presenciá-lo. Preciso viver esse amor enquanto ainda posso senti-lo. Pois as coisas me parecem possuir prazo de validade, sejam estrelas ou sentimentos. Se eu não viver o agora, brilharei já morta, com o prazo de validade vencido e terei me tornado em um ser inutilizável.

Sensível(se é que é possível ser mais) pelo céu de belo horizonte, um belo horizonte que não consigo enxergar...

Astrólogos de plantão, não me azucrinem. Isso é poesia, sentimentos, coisa que ciência nenhuma possui.
Vão brincar com seus instrumentos cilíndricos(lunetas, o que mais!) como bem entenderem.

Ganha um doce aquele que descobrir algo mais interessante para se fazer com as estrelas do que ligar os pontos.